Os gases nobres, ao contrário de outros elementos químicos, não apresentam qualquer tipo de reação química.
O grupo do gases nobres é constituído pelo hélio (He), néon (Ne), árgon (Ar), crípton (Kr), xénon (Xe) e rádon (Rn).
A capacidade destes elementos para reagir quimicamente é uma consequência da estrutura especial da sua camada externa. Todos eles possuem exatamente oito eletrões nessa camada, exceto o hélio, que apenas tem dois. Neste tipo de configurações, os eletrões estão fortemente ligados ao núcleo, pelo que não existe nenhuma predisposição para ceder ou receber eletrões. Como as ligações com outros átomos apenas são possíveis pela troca de eletrões, não se estabelecem ligações de nenhum tipo.
Devido ao facto dos gases nobres não entrarem em reações de nenhum tipo, a sua descoberta deu-se relativamente tarde, uma vez que os elementos químicos costumam ser descobertos através de reações químicas características.
Em 1785 isolou-se o árgon pela primeira vez, sem se saber, quando o investigador Henry Cavendish converteu em dióxido de azoto o oxigénio e o nitrogénio contidos numa determinada quantidade de ar, fazendo saltar faíscas elétricas através de lixívia saponácea. Após uma série de operações ficou uma pequena bolha de gás. Hoje, sabe-se que se tratava fundamentalmente de árgon.
A descoberta e o estudo sistemático dos gases nobres só foi levada a cabo um século depois. Em 1894, John William Strutt Rayleigh e Sir William Ramsay, físico e químico britânicos, respetivamente, voltaram a isolar o referido gás a partir do ar, comprovando que não se dava nenhuma reação química, pelo que lhe chamaram árgon, que em grego significa inerte, inativo.
Em 1895 descobriu-se o hélio e em 1898 Sir William Ramsay descobriu o néon, o crípton e o xénon. Finalmente, em 1900, o investigador inglês Rutherford encontrou o rádon, que é um gás proveniente da desintegração radioativa do rádio.
Os gases nobres estão presentes na atmosfera em 1% do volume. Trata-se sobretudo de árgon, enquanto os restantes gases nobres correspondem a pouco menos de 1% dos gases nobres totais.
Os gases nobres obtêm-se industrialmente por vaporização fracionada do ar líquido. A aplicação de técnicas especiais permite enriquecer o crípton e o xénon. Os gases nobres têm muitas aplicações na indústria da iluminação. Para se encher as lâmpadas de filamento necessita-se de um gás que não reaja quimicamente e que possua um peso atómico o mais alto possível, pois, deste modo, retarda a evaporação do fio metálico.
Os gases nobres são incolores e inodoros e tanto os seus pontos de fusão como de ebulição são temperaturas baixas. Isso é consequência da diminuta força de atração entre os átomos. Em 1982 conseguiu-se combinar o xénon comflúor e formar XeF2, a que pouco depois se seguiram outras combinações de compostos de gases nobres. A solução para fazer reagir o xénon encontrou-se ao mudar alguns eletrões da camada estável para uma camada superior, por meio de fornecimento de energia.
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