A casa Cacharel foi fundada pelo estilista francês Jean Boursquet, nascido em Nîmes, em 1932. Enquanto jovem, Jean Boursquet foi aprendiz de alfaiate, mas aos 24 anos resolveu dar um novo rumo à sua vida e em 1956 mudou-se para Paris. Em 1958 montou o seu primeiro negócio, um pequeno atelier, onde se dedicou à confeção de camisas para homem. No entanto, as vendas não foram as esperadas e teve de desistir desta primeira ideia para se lançar no mundo da moda. Assim, abandonou a criação de roupas masculinas e virou-se para o vestuário feminino, tendo insistido na confeção de camisas, que começou a apresentar logo no início da década de 60. Boursquet lançou as camisas de crêpon, tecido meio encorrilhado e brilhante a fazer lembrar um pijama, baseadas nas de corte masculino. Em 1962, fundou a casa Cacharel, pioneira do pronto-a-vestir, onde mais uma vez as camisas femininas eram a imagem da marca, desta feita estampadas com flores. Simultaneamente, lançou as blusas justas.
Estes dois tipos de peças de vestuário rapidamente foram imitados pelas restantes empresas de pronto-a-vestir. A marca francesa apoiou muito do seu sucesso em bem elaboradas campanhas publicitárias, dirigidas ao grande público, uma inovação que de imediato viria a ser seguida pela concorrência.
Já nos finais da década de 60, a Cacharel alargou a sua oferta de vestuário às gamas de homem e criança. No início da década de 70, Jean Boursquet lançou coleções ainda mais ousadas de pronto-a-vestir, com padrões inspirados em tecidos de África e do Extremo Oriente.
Em 1978, por iniciativa de Jean Boursquet, a Cacharel passou a dedicar-se, também, à perfumaria, ao lançar a essência Anaïs Anaïs, destinada a completar as populares roupas da marca, vendida a um preço acessível. O perfume conheceu, desde logo, um grande sucesso, mas o Anaïs Anaïs foi apenas o primeiro de vários bem sucedidos perfumes da marca, já que se seguiram Cacharel pour Homme (1981), Loulou (1987), Eden (1994), Loulou Blue (1995), Eau d'Eden (1996), Noa (1998) e Nemo (2000), entre outros. Em termos de criação de vestuário, trabalharam para a Cacharel estilistas como Agnès B, Azzedine Alaïa, Emmanuelle Khanh e Lolita Lempika. No ano 2000, depois de um afastamento de cerca de vinte anos, a Cacharel decidiu voltar a fazer desfilar as suas propostas em Paris, numa ação que deu início ao processo de renovação da marca, personificado no estilista Clements Ribeiro e na diretora de criação e comunicação Annick Gorman.
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