Bad Dog - Criadores de Jack Russell Terrier
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A origem do fado, um estilo musical tipicamente português, é de difícil localização temporal e geográfica. Mesmo assim, pensa-se que o fado de Lisboa terá nascido a partir dos cânticos do povo muçulmano, marcadamente dolentes e melancólicos.
Outras teorias apontam para a origem do fado no lundum, música dos escravos brasileiros que teria chegado até nós através dos marinheiros, cerca de 1820. Outra hipótese remete para os trovadores medievais cujas canções contêm características que o fado conserva. As cantigas de amigo revelam semelhanças com alguns temas recorrentes do Fado de Lisboa, assim como as cantigas de amor possuem a áurea romântica do Fado de Coimbra. A crítica política e social tão típica do Fado tem correspondência nas cantigas de escárnio e maldizer.
Nos centros urbanos de Lisboa e do Porto, o fado é um fenómeno situado nas zonas mais antigas da cidade, e é cantado em casas típicas, onde a decoração alusiva ao fado - o xaile negro e a guitarra portuguesa - está sempre presente. Os temas mais recorrentes passam pelo amor, a tragédia, as dificuldades da vida, e a saudade, daí o seu tom triste e lamentoso. A ideia do destino (a palavra fado deriva do latim fatum, que significa destino) como uma força implacável que está para além da vontade humana é essencial para a compreensão deste estilo musical.
A figura de Maria Severa (1820-1846) permanece como a mítica representante do fado lisboeta de meados do século XIX, tendo mesmo sido objeto de um romance e peça de teatro com o seu nome, posteriormente adaptada ao cinema por Leitão de Barros.
Já no século XX, o Fado tem em Amália Rodrigues (1920-1999) a sua embaixatriz nos maiores palcos de todo o mundo, onde a sua voz interpretou canções como "Povo Que Lavas No Rio", "Foi Deus", e "Vou Dar De Beber À Dor". Outros fadistas que fizeram a história deste estilo musical incluem Carlos do Carmo, Carlos Ramos, Alfredo Marceneiro, Fernando Maurício, Hermínia Silva, Lucilia do Carmo, Maria Teresa de Noronha, Antonio Mourão, Rodrigo, Tristão de Silva, e Maria Alice, entre muitos outros. Nas décadas de 80 e 90, novas gerações surgiram, das quais se destacam Nuno da Câmara Pereira, Dulce Pontes, e Camané, entre outros.
O fado de Coimbra estará associado aos temas do amor - realizado nas célebres serenatas à pessoa amada - e do findar de um ciclo da vida concretizado na despedida da universidade. Nesta variante do fado, destaca-se o nome do guitarrista Artur Paredes - pai de Carlos Paredes - , intérprete inovador do estilo coimbrão de tocar guitarra. Grandes nomes do fado de Coimbra incluem Edmundo Bettencourt (1889-1973), António Menano, e Armando Goes, entre outros. É de destacar ainda a figura de Augusto Hilário (1864-1896), natural de Viseu e estudante universitário em Coimbra, que se notabilizou como singular cantor de fado e tocador de guitarra, e cujo estilo ficou imortalizado como Fado Hilário.
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