A série é constituída por um grupo de várias crianças, um cão e um passarinho, sendo muito comum associar-se The Peanuts ao nome das duas personagens mais destacadas: Charlie Brown e o popularíssimo Snoopy.
Neste grupo pontifica Charlie Brown, personagem central, conhecido pelos seus múltiplos falhanços, a começar pelos lançamentos de Basebol e de papagaios de papel, mas também pelos conflitos de consciência, que motiva todo um conjunto de questões que fazem desta série de crianças uma BD adulta. Embora conformado com o seu destino, é um verdadeiro altruísta e amigo do seu amigo, tendo um amor platónico por uma miúda ruiva, abundantemente referida mas nunca exibida.
O cão de Charlie Brown, Snoopy, suplanta em popularidade todos os restantes elementos. Tem uma prodigiosa fantasia, que o leva a transformar o telhado da sua casota num avião antigo onde realiza acrobacias e combates aéreos, julgando-se um ás da aviação da Primeira Guerra Mundial. Também no telhado da casota, com a sua máquina de escrever, tenta redigir grandes obras literárias. Snoopy tem uma relação muito especial com os passarinhos, em especial com Woodstock, um canário trôpego no voo e que com ele, e outros passarinhos idênticos, constituem uma patrulha de escuteiros entre outras divertidas peripécias. Muito inteligentemente, Schulz nunca colocou Snoopy a falar, fazendo-o pensar e imaginar as mais espantosas situações.
Linus, é o filósofo da série, sempre acompanhado do seu inseparável cobertor, que o protege do mundo. Mesmo a chuchar no dedo, está sempre a divagar e a dar conselhos, sendo a consciência do grupo e irmão de Lucy.
Lucy, a "mandona" e egoísta "mor", está sempre a pegar com Charlie Brown por tudo e por nada, sendo facilmente desarmada por Snoopy e por Schröeder, sendo este último pouco paciente com a sua gritante falta de cultura geral.
Schröeder é o pianista, um virtuoso executante do seu adorado Beethoven, que não "passa cartão" a Lucy, que tudo tenta para lhe chamar a atenção. Surgido em 1951 é o mais secreto dos miúdos-amendoim. Entre outros miúdos, há ainda Sally, que é a irmã de Charlie Brown e está sempre a queixar-se.
Todos formam um pequeno universo onde, segundo Umberto Eco, se encontra de tudo: cultura de massas, cultura "digest", luta pelo sucesso, procura de afeto, protesto neurótico.
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