O concelho de Machico ocupa uma área de 68,3 km2 e abrange cinco freguesias: Água de Pena; Caniçal; Machico; Porto da Cruz e Santo António da Serra.
O concelho apresentava, em 2005, um total de 21 339 habitantes.
O concelho encontra-se limitado a noroeste pelo concelho de Santana, a oeste pelos concelhos de Santana e Funchal e a sul por Santa Cruz. O resto do concelho é limitado pelo oceano Atlântico.
Ao nível climático, verificam-se diferenças entre o litoral e o interior do concelho: no litoral o clima é mais quente e seco, sendo os terrenos áridos e bravios; à medida que se caminha para o interior o clima torna-se mais fresco e húmido e prolifera a vegetação.
Apesar de ser, essencialmente, uma área de costa, banhado a norte, este e sul pelo oceano Atlântico, a sua morfologia é marcada por vários montes e serras, entre elas a do Castanho (589 m), do Pedreiro (792 m), Pico da Coroa (738 m) e Penha de Águia (590 m).
As vertentes costeiras são abruptas, mas devido aos efeitos de erosão possui praias de areia negra. No Caniçal há uma prainha, a única com areia clara na ilha da Madeira.
Como recursos hídricos, a ribeira "Tem-te não cais", o ribeiro Frio, a ribeira de Machico e a ribeira do Juncal.
História e Monumentos
Neste concelho desembarcaram pela primeira vez os descobridores da Madeira, João Gonçalves Zarco e Tristão Vaz Teixeira, entre 1418 e 1420.
O topónimo deriva de Roberto Machim, o primeiro descobridor da Madeira, que, em 1377, ao dirigir-se para o Sul de França, viu a sua embarcação ser arrastada pelos ventos para a Madeira.
Recebeu o título de vila em 1451 e foi-lhe outorgado foral em 1515 por D. Manuel I.
Como acontecimentos históricos que marcaram o concelho, destaca-se a instituição da vila como sede da primeira capitania, na Madeira, em maio de 1440. Estas terras foram residência do oficial capitão-donatário Tristão Vaz Teixeira. Em 1803, houve um enorme desabamento de terras que soterrou diversas casas, destruindo as muralhas da ribeira, a ponte e a Capela dos Milagres. Foi também local do confronto que pôs termo à "Revolta da Madeira", em abril de 1931.
Ao nível do património arquitetónico, destacam-se o Forte do Amparo, que apresenta uma planta triangular que permitia a defesa dos dois lados da baía de Machico; a Casa da Capela/Solar da Ermida, com elementos dos séculos XVII e XVIII; a Igreja Matriz de Machico, construída em 1425, e a Capela de Cristo, construída em meados do século XV, reconstruída no século XVI e, de novo, em 1883. Foi danificada pelo aluvião de 3 de novembro de 1956, tendo sido restaurada em 1957.
Tradições, Lendas e Curiosidades
Das manifestações populares e culturais são de destacar, a 9 de outubro, no feriado municipal, a festa religiosa do Senhor dos Milagres e, no terceiro domingo de setembro, a festa de Nossa Senhora da Piedade, muito conhecida pela procissão de barcos, que parte do Cais Novo do Caniçal, com todos os barcos decorados com folhas de palmeira e bandeiras. Depois de chegar ao cais, a procissão continua a pé, até à Capela de Nossa Senhora da Piedade, regressando em seguida à vila, novamente por mar.
No artesanato são de referir os objetos feitos de vime, verga ou giesta e também alguns bordados madeirenses e tapeçaria.
Como figura ilustre da História, de salientar Francisco Álvares de Nóbrega (1772-1806), um poeta que rivalizou com Bocage, sendo, por vezes, designado de Camões pequeno.
Ao nível das infraestruturas culturais, destaca-se o Museu da Baleia, no Caniçal, onde se retrata a história da caça à baleia.
Economia
No concelho predominam as atividades do setor terciário, ligadas às áreas do turismo, comércio, restauração e serviços de hotelaria. Com importância inferior surgem os setores secundário e primário, este último na agropecuária e na pesca.
Na agricultura, predomina o cultivo de cereais para grão de leguminosas também para grão, batata, culturas hortícolas intensivas, frutos subtropicais e vinha. A agropecuária é um setor importante, nomeadamente na criação de aves, coelhos e caprinos. Grande parte (79 ha) do seu território é coberto de floresta.
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