Era um profeta, bardo e mágico na mitologia celta, também chamado Merlin Ambrosius, Myrddin e Merlyn. É uma das mais proeminentes figuras do Ciclo Arturiano e o símbolo do bom feiticeiro, conselheiro de Artur. Era filho de uma freira e de um espírito familiar, o que lhe deu extraordinários poderes com os quais gostava de se divertir adquirindo formas diversas surpreendendo e confundindo as pessoas. No início não está ligado ao rei Artur. Poemas escoceses relatam que ele era um bardo (vd. Mitologia Celta) que vivia na Floresta da Caledónia lamentando-se da sua desgraça, causada pela morte do amo Gwenddolau na batalha de Arfderydd. Ao ver a derrota do rei, Merlim ficou louco.
Numa narrativa escrita do século XV (Lailoken e Kentigern) é contado o encontro de Santo Kentigern com um louco chamado Lailoken por uns e Merlynum por outros. O louco, nu e hirsuto, diz que foi condenado a viver com os animais para expiar os seus pecados. Acaba por pedir ao santo que lhe dê o Sacramento (da Eucaristia?) e profetiza-lhe uma tripla morte. Em seguida o santo é capturado pelos pastores do rei Meldred que lhe batem com bastões e lançam ao rio Tweed onde é devorado por uma serpente.
Alguns livros de profecias escoceses são-lhe atribuídos.
Desempenha um papel muito importante no Ciclo Arturiano, onde foi introduzido pela primeira vez pelo escritor Geoffroy de Monmouth em Vita Merlini (Vida de Merlin), Historiae Regum Brittaniae (História do Reino da Bretanha) e Prophetiae Merlini (Profecias de Merlin). Começa pelo facto de ter sido uma das causas pelas quais o rei Artur conseguiu tirar a espada (Excalibur) da rocha onde estava cravada, o que o legitimou como rei. Foi também mestre e conselheiro de Artur e criador da célebre Távola Redonda.
O seu fim deu-se quando foi seduzido e encarcerado num rochedo pela fada Morgana, irmã do rei Artur. Outra versão diz que foi encerrado para sempre num círculo pela fada Viviana, a quem ensinou a magia que conhecia. No entanto, Merlim não se importou pois também gostava da fada. Nos contos tardo-medievais diz-se que a fada se chamava Nimue e o encerrou num carvalho usando os poderes que ele lhe tinha ensinado. Dizia-se que este mágico vivia a vida de trás para a frente, daí que soubesse tudo o que se passaria no futuro e no presente, mas não conhecesse o passado. Há também lendas nas quais adquire um poder maléfico.
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