Era um deus egípcio retratado com uma cabeça de falcão num corpo de homem, representando a união de vários outros deuses associados ao céu, ao sol e ao poder régio. Tal sucedia porque existia no Egito pré-clássico uma grande quantidade de santuários e em cada um deles eram atribuídas características diferentes ao deus, que se convertia por vezes em crocodilo. Já em textos nas pirâmides aparecem referências a este deus como sendo irmão de Osíris e de Set. Os deuses representados nos vasos canópicos, usados nos ritos fúnebres, eram seus filhos: Duamutef, Imset, Hapi e Kebechsenef. Um deus falcão criador, chamado Harmerti ou Heru-ur, protetor de Letópolis, foi a primeira versão de Hórus, sendo filho de Nut e de Geb. Era-lhe dado o nome de Mekhenty-er-irty ou "aquele que não tem olhos" na Lua Nova porque ficava cego e quando voltava a ver era chamado de Khenty-irty ("o que tem olhos"). Os seus olhos representavam a Lua e o Sol e quando ficava cego era muito perigoso porque não distinguia os amigos dos inimigos, atacando indiscriminadamente.
A forma de criança era das mais difundidas, tendo o nome de Har-pa-khered ou "Hórus a criança". Era ou filho de Hatmahit e Banebdjetet ou de Ísis e Osíris, sendo representado sentado numa folha de lótus, acompanhado pela sua mãe e com um dedo na boca. No Império Romano, onde teve muita aceitação, era representado a montar um carneiro ou um ganso. Quando designado por Harsiesis, ou Har-sa-iset, era o "Hórus" que tinha nascido dos cadáveres de Ísis e Osíris. Como deus-falcão da Lei aparecia com o nome de Chenti-irty e como Har-nedj-itef era o protetor de Osíris no Duat, o mundo subterrâneo. Relacionado com o falcão aparecia também o protetor da cidade de Behdet, Behedti e a junção dos deuses Shu e Anhur resultou igualmente em Hórus.
Na cidade de Heliópolis (Cidade do Sol) o deus do Sol, Rá, juntou-se com Hórus e formaram uma divindade chamada Har-em-akhet ou "Hórus no horizonte", Ra-heru-akhety e Her-akhety (que significam "Hórus dos dois horizontes") ou Horakhety. Com o nome de Harsomtus ou Har-mau era o protetor dos faraós do Egito, mas no terceiro milénio a. C. foi substituído pelo deus Set. No entanto este deus matou o seu irmão, sendo em seguida a história difundida e Set destituído em favor de Harsomtus. A guerra entre os dois deuses durou oitenta anos, e é reflexo de lutas que aconteceram efetivamente. Harsomtus arrancou os testículos e uma perna de Set, que como vingança lhe tirou o olho esquerdo. Neith, deusa protetora dos reis nos combates, ajudou Harsomtus a ganhar a guerra. Este tornou-se assim senhor do Alto e do Baixo Egito.
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