Banda Desenhada
Bill Finger (argumento) e Bob Kane (desenho) criaram um dos mais célebres Comics (BD nos EUA) de todos os tempos - Batman - que surgiu na revista Detective Comics n.º 27, de maio de 1939.
Para a sua criação, Bill Finger inspirou-se no filme The Bat Whispers (1926), de Marta Roberts Reinhart's, e também no célebre Zorro, outro justiceiro mascarado. Bob Kane desenhou pela primeira vez a personagem quando tinha apenas 19 anos.
Bruce Wayne é um jovem milionário, filantropo, oriundo de uma conceituada família de Gotham City. Embora rico e famoso, tem uma história trágica que lhe marcou a infância: quando era pequeno presenciou o assassinato dos seus pais, e cresceu com a ideia de derrotar todos os delinquentes que atemorizam a sua cidade, tendo jurado dedicar-se ao combate ao crime. De dia é um respeitável cidadão de aspeto e personalidade frágil; à noite transforma-se em Batman, o Homem-Morcego, que aterroriza todos os criminosos, pelo que é um genuíno justiceiro da noite.
Gotham City é uma metrópole imaginária, que corresponde a uma grande cidade estado-unidense onde predominam edifícios de inspiração gótica, marcada por uma atmosfera soturna. Para conceber Gotham City, Bob Kane inspirou-se em New Jersey, onde trabalhava na época.
Este ambiente marca, em definitivo, toda a série, por contraponto a outros justiceiros "mascarados" como Super-Homem ou Homem-Aranha, que atuam predominantemente de dia e têm as cidades de Metrópolis e de Nova Iorque como cenário.
Ao contrário de outros heróis de excêntricas vestimentas, não é invulnerável nem tem verdadeiramente nenhum poder excecional, valendo-se da sua inteligência (ele próprio cria os seus múltiplos adereços) e de uma boa constituição física. Deste modo, quando tem um combate mais intenso, mesmo utilizando a famosa Bat-corda ou um sempre necessário colete à prova de bala, as mazelas podem ser profundas, pelo que tem necessidade de ficar em repouso na sua mansão, até recuperar completamente. Outro dos seus adereços mais famosos a merecer destaque, é o inevitável Bat-móvel. Com uma carroçaria verdadeiramente arrojada e blindada, possui um potente motor que permite a Batman chegar rapidamente a qualquer ponto de Gotham City. Como todo o restante equipamento, quando não está em ação, fica guardado na Bat-caverna, o refúgio secreto, localizado nas catacumbas da mansão Wayne.
A implacável luta que trava contra o mal é personalizada numa galeria de vilões que ficou famosa na história da banda desenhada e, por arrasto, do cinema: Joker, Pinguim, Catwoman, Two Face, Enigma, Mr. Freeze, Poison Ivy, entre outras bizarras e coloridas personagens.
É um justiceiro que nem sempre atua isoladamente, podendo também contar com o apoio de Robin, que o acompanha em múltiplas aventuras, mas também do seu fiel mordomo Alfred Pennyworth, que atua na retaguarda, na mansão Wayne, sendo ambos as poucas pessoas que lhe conhecem a dupla identidade. Mais tarde, a série também passou a incluir a Batgirl e a Batwoman.
Outros autores que têm continuado esta saga da BD são: Jerry Robinson (entre 1939-1946), George Roussos (1940-1947), Gardner Fox (1940), Jack Burnley (1941-1943), L. Harris (1941-1943), Jack Schiff (1942), Alfred Bester (1942-1947), Mort Weissinger (1943-1945), Mort Meskin (1943-1946), entre muitos outros. Desde meados dos anos 80 (do século XX) a série tem sido renovada por autores como Frank Miller, David Mazucchelli, Brian Bolland, Berni Wrightson, Jim Starlin, Alan Moore, Dave McKean, Grant Morison, Alan Grant, Frank Quitely, Brian Azzarello e Eduardo Risso.
Batman em Portugal
Em Portugal, as primeiras BD chegaram por intermédio de diversas revistas brasileiras, que sucederam a O Lobinho, periódico do país irmão onde se estreou em 1940. A estreia propriamente dita em Portugal ocorreu em 1972, por intermédio do jornal Diário Popular, onde se manteve até 1978. Depois de uma efémera passagem pelo Jornal do Cuto, em 1977, a série apareceu também em A Revista dos Super-Heróis, da Agência Portuguesa de Revistas, em 1983, até ter o seu próprio título, Batman, da abril Morumbi, em 1991, depois Liga da Justiça e Batman, em 1995, ano que também ficou marcado pela publicação da segunda série da revista Batman, seguindo-se, posteriormente, Zero Hora, a terceira série de Batman e Batman: Vigilantes de Gotham. Já como abril Controljornal, publicaram-se ainda números únicos e mini-séries. A Meribérica/Liber chegou a editar em 1994 o álbum Batman/Judge Dredd: Julgamento em Gotham, em formato à "europeia" (aproximadamente A4), por contraponto ao formato habitual dos Comic Book (A5).
Desde 2000 passou a Devir a editar os livros e as revistas da editora DC Comics, detentora dos direitos de Batman, acompanhando os mais recentes ciclos da série, com as Coleções "Clássicos Batman" e "Universo DC". Para o Correio da Manhã, a mesma Devir, juntamente com a Panini Comics, organizou um volume da Coleção "Os Clássicos da BD" dedicado a Batman, em 2004.
Cinema, Televisão e Desenhos Animados
As adaptações de Batman no Cinema são bastante antigas, a primeira de 1943, com Batman (As Aventuras do Homem-Morcego), que contou com Lewis Wilson (Batman) e Douglas Croft (Robin) nos principais papéis, e a segunda de 1949, com The New Adventures of Batman (As Novas Aventuras do Homem-Morcego).
Em versão a cores, estreou em 1966 o filme Batman The Movie (Batman, o Invencível), com Adam West (como Batman) e Burt Ward (como Robin). Dessa época é também uma série televisiva com os mesmos protagonistas. Quanto aos desenhos Animados do Dynamic Duo, Batman e Robin, têm tido diferentes versões, desde os anos 40. Em 2003 surgiu a longa-metragem em Animação, Batman: Mystery of the Batwoman, da Warner Brothers.
Depois de ter protagonizado três filmes e adaptações para a televisão, Batman mereceu grande destaque em 1989, quando completou 50 anos de existência, com a estreia do filme da Warner Brothers realizado por Tim Burton, precisamente Batman, baseado nas histórias do herói da BD criado por Bob Kane e Bill Finger. Os protagonistas deste filme da saga Batman foram o conhecido Michael Keaton (no duplo papel de Bruce Wayne/Batman), o consagrado Jack Nicholson (no papel do seu arqui-inimigo Joker), Kim Basinger (como a "frágil" Vicky Vale) e Michael Gough (como Alfred, o fiel mordomo, que aqui é o único conhecedor da identidade secreta do Homem-Morcego). Neste filme, Tim Burton preferiu filmar o super-herói conferindo-lhe uma vertente mais humanizada, recuando mesmo à infância de Bruce Wayne e à morte dos seus pais às mãos do Joker, permitindo aos espectadores menos familiarizados com a série ficar a conhecer os aspetos mais importantes.
O filme foi galardoado com um Óscar da Academia pela Direção Artística, tendo a recriação do ambiente gótico de Gotham City conferindo maior potencial e espetacularidade à ação do filme. A banda sonora foi da autoria do artista pop Prince ao nível das canções e de Danny Elfman na orquestração, que contribuiu para o sucesso do filme.
Assim, não é de estranhar que a saga tenha continuado no grande ecrã, desde logo com Batman Returns (Batman Regressa), em 1992, de novo com Tim Burton na realização e com Michael Keaton como protagonista (Bruce Wayne/Batman), que contou ainda com Michelle Pfeiffer (no papel da sensual, misteriosa e furtiva Catwoman) e Danny DeVito (como o inesquecível Pinguim). A banda sonora do filme foi da autoria de Danny Elfman.
Seguiu-se Batman Forever (Batman Para Sempre), em 1995, que marcou a mudança do ator principal, que passou a ser Val Kilmer (como Bruce Wayne/Batman), ao passo que os vilões foram interpretados por Jim Carrey (como Enigma), Tommy Lee Jones (como Harry Two Face), contando ainda com Nicole Kidman (como Chase Meridian) e com Chris O'Donnell (como Robin). A realização ficou a cargo de Joel Schumacher, tendo Tim Burton sido coprodutor. A banda sonora foi da responsabilidade de Elliot Goldenthal.
A seguinte longa-metragem da saga foi Batman and Robin (Batman & Robin), de 1997, agora com George Clooney como protagonista (Bruce Wayne/Batman) e Arnold Schwarzenegger como o mau da fita (Mr. Freeze), para além de Chris O'Donnell (Robin), Uma Thurman (Poison Ivy) e Alicia Silverstone (Batgirl). A realização e a banda sonora foram de novo da dupla Joel Schumacher e Elliot Goldenthal.
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