nome feminino
1. grande apetite; fome
2. grande vontade
3. impulso; ímpeto
4. ódio; desejo de vingança
5. regionalismo ramo grande de árvore
Do castelhano gana, «idem»
2. Gana
Geografia
País da África Ocidental. Situado no golfo da Guiné, abrange uma área de 239 460 km2. O Gana tem fronteiras com a Costa do Marfim, a oeste, o Togo, a leste, e o Burkina Faso, a norte, sendo banhado, a sul, pelo golfo da Guiné. As principais cidades são Acra, a capital, com 1 719 100 habitantes (2004), Kumasi (663 100 hab.), Tamale (290 300 hab.), Tema (26 300 hab.), Takoradi (1 719 100 hab.) e Sekonde (84 400 hab.).
O Gana apresenta-se predominantemente marcado por extensas planícies e planaltos mais áridos no extremo norte do país, mas cobertos por savanas imediatamente a sul. As florestas tropicais desenvolvem-se ainda mais a sul, mercê das maiores quantidades de precipitação. Possui um elevado número de lagos, de onde se destaca o lago Volta, com 8500 km2, criado artificialmente pela barragem de Akozombo, no rio Volta, no interior do país.
Clima
O clima é tropical seco, no Norte, e tropical húmido, no Sul (onde se registam duas épocas de chuva: de maio a julho e de outubro a novembro).
Economia
O Gana é um país bastante rico em recursos naturais, contando com explorações de ouro (45% do total das exportações), diamantes, manganésio e bauxite, reservas de pedra de cal e ferro, reservas marítimas de petróleo e gás natural, sal, madeira das florestas tropicais e enormes recursos hídricos para produção de energia elétrica. A agricultura, que ocupa cerca de 59% da população ativa, é a atividade económica mais importante. Nalgumas áreas é uma atividade praticada com técnicas muito modernas e com recurso a maquinaria, tal como acontece nos países industrializados. Mas a sua maior riqueza é a produção de cacau, pois, para além de ocupar mais de metade da terra arável, representa 40% das receitas totais das exportações, que incluem ainda produtos como o açúcar, o café e as frutas tropicais. O Gana regista, desde os finais da década de 70, início da década de 80, um forte crescimento industrial, alimentado por capitais estrangeiros, que favoreceu, nomeadamente, as indústrias do tabaco, têxteis, bebidas, calçado e da madeira e seus derivados. No que concerne à atividade piscatória, excetuando o atum, ela destina-se, basicamente, ao consumo interno. Atualmente, o turismo é a 3.ª fonte de divisas do país. Os principais parceiros comerciais do Gana são o Reino Unido, os Estados Unidos da América, a Itália e a França. Indicador ambiental: o valor das emissões de dióxido de carbono, per capita (toneladas métricas, 1999), é de 0,3.
População
Em 2006 tinha 22 409 572 habitantes, sendo a densidade de população de 87,82 hab./km2. É um dos países de forte crescimento demográfico que duplicará a população em 23 anos. As taxas de natalidade e de mortalidade são, respetivamente, de 30,52%o e 9,72%o. A esperança média de vida é de 58,87 anos. O valor do Índice do Desenvolvimento Humano (IDH) é de 0,567 e o valor do Índice de Desenvolvimento ajustado ao Género (IDG) é de 0,564 (2001). Os principais grupos étnicos são os Akan (52%), os Mossi (16%), os Ewe (12%) e os Ga-Adangme (8%). Em termos religiosos, predominam as crenças tradicionais (38%), os muçulmanos (30%) e os católicos (12%). A língua oficial é o inglês.
História
O país tem origem no antigo império do Gana (século VII - século XIII), que se situava a 800 km para noroeste do atual território e que foi o primeiro grande império comercial da África Ocidental, dedicado sobretudo ao comércio do ouro e ganhando, por isso, o nome de Costa do Ouro. Foi, aliás, o ouro que despertou o interesse dos navegadores e exploradores portugueses - os primeiros europeus a atingir este ponto geográfico, em 1471. O reforço da presença portuguesa fez-se através da construção da Fortaleza de Elmina em 1482, mas, a partir do século XVII, com o aumento do comércio esclavagista, os negociantes vindos de França, Inglaterra, Dinamarca e Holanda começaram a dominar as rotas comerciais de ouro e escravos. Em 1874, a então Costa do Ouro tornou-se colónia inglesa, passando, em 1901, a integrar os territórios Ashanti (Gana Central). Em 1957 tornou-se o primeiro Estado independente da África Negra colonial, passando a incluir, a partir de então, parte dos territórios do Togo. O principal protagonista do movimento de independência foi Kwame Nkrumah, primeiro presidente e responsável pela renomeação do país de Costa do Ouro para Gana. Contudo, até à imposição do atual regime, em 1982, o Gana sofreu cinco golpes de Estado: em 1966, o golpe que derrubou Kwame Nkrumah e em 1972, 1978, 1979 e 1981 (este último sob a liderança de Jerry Rawlings). Formou-se então um Conselho Provisório de Defesa Nacional sob a presidência de Rawlings, que viria a ser eleito presidente da República em 1992, já sob uma nova Constituição que estabeleceu um sistema político multipartidário. No entanto, em fevereiro de 1994, o Gana sofreu um duro revés quando se verificaram confrontos étnicos entre os Konkomba (migrantes do Tongo) e os Nanumba, em Napayili, no Norte do território. A paz seria assinada a 9 de junho, não sem antes Rawlings proceder a uma remodelação do seu gabinete. Estes conflitos étnicos viriam a servir de pretexto a Rawlings para a retirada do Gana da força de paz da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (da qual se tornou presidente) situada na Libéria.
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