Rio Sado
Rio que nasce na serra da Vigia, a cerca de 230 metros de altitude, e desagua no oceano Atlântico por um largo estuário com cerca de 100 km2, em frente da cidade de Setúbal, após um percurso de 175 quilómetros.
O rio Sado tem um traçado que apresenta uma orientação pouco vulgar em Portugal, correndo praticamente na direção sul-norte até à confluência com a ribeira de Odivelas, infletindo, a partir daqui, para noroeste até à foz. É considerado como exemplo de um rio de planície, uma vez que mais de metade do seu percurso se situa abaixo dos 50 metros. A sua bacia é delimitada a norte pela bacia hidrográfica do Tejo, a sul pela do rio Mira, a este pela do rio Guadiana e a oeste por pequenas bacias da costa alentejana, que vão desde a Península de Troia, a norte, até Porto Covo, a sul. A bacia hidrográfica ocupa uma área de cerca de 7650 km2, pelo que é a maior dos rios exclusivamente portugueses. O escoamento anual na foz do rio Sado é, em média, de 1000 hm3. Estima-se que a bacia hidrográfica do rio Sado apresente uma capacidade total de armazenamento de recursos hídricos na ordem dos 771 hm3, em regime regularizado. É a bacia hidrográfica portuguesa que dispõe de menos recursos superficiais anuais médios por unidade de área.
Os seus afluentes são: na margem direita, de montante para jusante, as ribeiras do Roxo, da Figueira, de Odivelas e o rio Xarrama e as ribeiras das Alcáçovas, de São Martinho e Marateca; e, na margem esquerda, as ribeiras de Campilhas, Corona e de Grândola e o rio Arcão.
As albufeiras que têm maior importância são a de Alvito, na ribeira de Odivelas, com uma área de bacia hidrográfica de 212 km2, uma capacidade total de 132,5 hm3 e uma capacidade útil de 130 hm3; a de Odivelas, também na ribeira de Odivelas, com uma capacidade total de 96 hm3 e uma capacidade útil de 70 hm3; a de Campilhas, na ribeira de Campilhas, com uma área de bacia hidrográfica de 109 km2, uma capacidade total de 27,156 hm3 e uma capacidade útil de 26,156 hm3; a de Fonte Serne, na ribeira de Benatelar, com uma área de bacia hidrográfica de 30 km2, uma capacidade total de 5,15 hm3 e uma capacidade útil de 3,65 hm3; a de Monte da Rocha, no próprio rio Sado, com uma capacidade útil de 102,76 hm3; a de Pego do Altar, na ribeira de Santa Catarina, com uma área de bacia hidrográfica de 743 km2, uma capacidade total de 94 hm3; a do Roxo, na Ribeira do Roxo, com uma área de bacia hidrográfica de 351 km2, uma capacidade total de 96,3 hm3 e uma capacidade útil de 89,5 hm3; a de Vale do Gaio, no rio Xarrama, com uma área de bacia hidrográfica de 509 km2 e uma capacidade total de 63 hm3. Além dos recursos endógenos, na bacia do Sado, estão previstos transvases provenientes de bacias vizinhas, nomeadamente do sistema do Alqueva, integrado na bacia do Guadiana.
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