Rio Douro
Um dos maiores rios da Península Ibérica, com o comprimento total de 938 quilómetros, dos quais 200 se encontram em Portugal. Nasce em Espanha, na serra de Urbião, e drena uma área de 94 500 km2, da qual 18 600 km2 são em Portugal. Depois de ter atravessado o extenso planalto de Castela-a-Velha, e com um curso bastante regularizado até Samora, toma a direção nordeste-sudoeste e serve de fronteira entre Portugal e Espanha numa extensão de 122 quilómetros - o troço do Douro Internacional -, desde Paradela, Miranda do Douro, até Barca de Alva. Tem, nesta secção, um forte declive, com um vale encaixado, de margens abruptas. Em Barca de Alva, entra em Portugal e toma novamente a direção este-oeste. O curso é agora mais regularizado, navegável, mas continuando o rio a correr por um vale apertado até à foz, no oceano Atlântico, junto da cidade do Porto.
O escoamento anual do rio Douro é, em média, de 22 860 hm3, correspondendo 9 200 hm3 a Portugal e o restante a Espanha. Estima-se que a bacia hidrográfica do rio Douro, em território nacional, apresente uma capacidade total de armazenamento de recursos hídricos de 1 078 hm3, em regime regularizado. A bacia hidrográfica do rio Douro é a bacia nacional que apresenta o maior valor de escoamento na sua foz, em termos de volume de águas. Tem numerosos afluentes em território nacional, sendo os mais importantes, na margem direita, o Sabor, o Tua, o Corgo, o Tâmega e o Sousa, que correm quase todos de nordeste para sudoeste, e na margem esquerda, o Águeda, o Coa, o Távora, o Varosa, o Paiva e o Arda, que correm numa direção perpendicular às margens, isto é, aproximadamente de sudoeste para nordeste. Todos estes afluentes são rios de planalto, com grandes ressaltos no seu leito e forte poder erosivo, bem evidenciado pelos vales encaixados e gargantas profundas que quase todos possuem.
Para bacia hidrográfica do rio Douro foram projetados diversos aproveitamentos hidroelétricos, estando no próprio rio Douro os seguintes: barragem de Miranda, com uma capacidade total da albufeira de 28,1 hm3 e uma capacidade útil de 6,66 hm3; barragem do Picote, com uma capacidade total da albufeira de 62,7 hm3 e uma capacidade útil de 13,35 hm3; barragem de Bemposta, com uma capacidade total da albufeira de 128,8 hm3 e uma capacidade útil de 20,0 hm3; barragem do Pocinho, com uma capacidade total da albufeira de 83,1 hm3 e uma capacidade útil de 12,24 hm3; barragem da Valeira, com uma capacidade total da albufeira de 98,5 hm3 e uma capacidade útil de 13,04 hm3; barragem da Régua, com uma capacidade total da albufeira de 95,0 hm3 e uma capacidade útil de 12,0 hm3; barragem do Carrapatelo, com uma capacidade total da albufeira de 148,4 hm3 e uma capacidade útil de 13,84 hm3; barragem de Crestuma-Lever, com uma capacidade total da albufeira de 132,2 hm3 e uma capacidade útil de 22,25 hm3. No Tâmega, barragem do Torrão, com uma capacidade total da albufeira de 105,4 hm3 e uma capacidade útil de 21,95 hm3; no Távora, barragem de Vilar, com uma capacidade total da albufeira de 99,8 hm3 e uma capacidade útil de 95,5 hm3; e no Varosa, barragem com o mesmo nome, com uma capacidade total da albufeira de 14,5 hm3 e uma capacidade útil de 13,0 hm3; na linha de água do Azibo, a barragem do Azibo, que consiste num aproveitamento hidroagrícola com uma capacidade total da albufeira de 54,5 hm3 e uma capacidade útil de 46,67 hm3.
É nos terraços do vale do Douro superior, em acentuados declives talhados no xisto, que se cultivam as vinhas de cujas uvas se fabrica o vinho do Porto.
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