Nem toda cor bonita é uma cor correta. No mundo da criação de cães, seguir o standard oficial da raça não é apenas uma questão estética — é um compromisso com a saúde, funcionalidade e identidade do cão. Neste artigo, vamos explorar o que é (e o que não é) aceite oficialmente no Jack Russell Terrier, e porque isso importa.
🏛️ O que diz o standard FCI?
A FCI (Fédération Cynologique Internationale), que regula os standards de raça em mais de 90 países, define claramente as cores permitidas no Jack Russell Terrier:
✅ Cores reconhecidas:
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Branco predominante
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Marcações pretas e/ou castanhas (em qualquer tom, desde o mais claro até ao mais escuro)
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Marcações distribuídas pela cabeça e/ou corpo (preferência por marcações simétricas)
❌ Cores não reconhecidas:
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Tigrado (brindle)
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Merle
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Azul, lilac, isabella, cinzento, etc.
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Cores diluídas raras ou de origem controversa (ex: fulvo diluído)
🎨 Moda ou mutação?
Nos últimos anos, têm surgido anúncios de Jack Russells “exclusivos”, com cores exóticas: azul, chocolate diluído, merle, ou até com olhos azuis.
⚠️ Atenção: muitas dessas colorações resultam de:
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Mistura com outras raças (como Chihuahua, Pinscher ou Patterdale Terrier)
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Mutação genética rara ou manipulada
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Falta de rastreabilidade do pedigree
💬 "Diferente" não significa "melhor" — e pode indicar criação não ética.
📷 Diferença entre variações normais e desvios
Tipo de Coloração | Está dentro do standard? | Exemplo |
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Branco com castanho claro | ✅ Sim | Clássico Jack Russell |
Branco com castanho escuro | ✅ Sim | Também muito comum |
Branco com preto | ✅ Sim | Típico bicolor |
Tricolor (preto + castanho) | ✅ Sim | Desde que branco seja predominante |
Merle / azul / lilac | ❌ Não | Indica possível mistura |
Tigrado (brindle) | ❌ Não | Fora do padrão |
Fulvo sólido, sem branco | ❌ Não | Falta de marcação típica da raça |
🧭 Porquê seguir o standard?
1. Preservar a identidade da raça
O Jack Russell é mais do que um cão pequeno e enérgico — é um cão de trabalho com um propósito. As cores do standard não são aleatórias: estão ligadas à história funcional da raça.
2. Evitar problemas de saúde
Cores diluídas (como azul ou lilac) podem estar associadas a alopecias e problemas de pele. O gene merle, se duplicado, pode causar surdez ou cegueira.
3. Ética na criação
Promover cães “raros” fora do standard apenas por moda ou lucro pode:
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Prejudicar a saúde dos filhotes
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Enganar tutores mal informados
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Desvalorizar o trabalho dos criadores sérios
🧠 Conclusão
Cores fora do padrão não tornam o cão “melhor” — apenas mais distante da essência do Jack Russell Terrier.
Se procuras um exemplar equilibrado, saudável e fiel à raça, dá prioridade a criadores que respeitam o standard, não às tendências do momento.
🎯 Lembra-te: nem tudo o que brilha é ouro — e nem tudo o que tem pintinhas é Jack Russell.