A maioria dos donos de cães estão familiarizados com as perturbações comportamentais mais comuns, no entanto parecem ignorar a origem de tais comportamentos, lidando com cada constrangimento de forma arbitrária. Ladrar, morder, roer e muitos outros actos caninos são muitas vezes mal interpretados, incompreendidos ou conduzidos de forma errada.
Um entendimento sólido dos principais problemas comportamentais é o primeiro passo para os solucionar e para os prevenir.
LADRAR
Os cães serão sempre cães e os cães ladram, uivam e choram – é um acto instintivo, natural. Os cães vocalizam para comunicar com os humanos e para se expressarem. Nós prezamos este acto quando serve para nos avisar de um potencial perigo ou para nos proteger de algum mal. No entanto, o excesso de vocalização pode ser considerado um transtorno comportamental. Qual a solução? Bem, o nosso cão deve aprender que há ocasiões em que pode ladrar e outros momentos em que deve estar sossegado. A nossa tarefa é fazê-lo entender quando o pode fazer.
Antes de corrigir este problema deve debruçar-se sobre a sua génese. Os cães não ladram só porque podem (apesar de, por vezes, parecer que é assim). Algumas raças ladram mais que outras – certas raças foram mesmo desenvolvidas explorando o seu potencial de vocalização. Por outro lado, os Basenjis, por exemplo, não ladram de forma nenhuma. Se ouvir com atenção, vai aperceber-se eventualmente dos diferentes tipos de latido do seu cão. De uma forma genérica, os cães ladram pelas seguintes razões:
Alarme/Alerta – É normal que um cão ladre quando sente alguém à porta ou quando um estranho passa pela casa ou carro. Muitos ladram quando sentem algum tipo de ameaça, é um manifesto – "Este lugar é meu, estou a protegê-lo, não te metas comigo". O som deste latido é decidido, firme e autoritário. A afinação deste instinto com treino pode ajudar a proteger a sua família e a sua casa.
Ansiedade – O latido ansioso parece ter um auto-efeito calmante para muitos cães. Soa muitas vezes agitado e por vezes acompanhado de choro. É comum em cães que sofrem de ansiedade de separação.
Alegria/Excitação – Este tipo de latido é particularmente comum em cachorros ou cães jovens. Muitos cães ladram enquanto brincam com os seus donos ou com outros cães. Mesmo o som do latido tende a ser alegre, quase musical. Alguns cães ladram quando se apercebem que vão fazer uma actividade que lhe convém, como dar um passeio, comer ou fazer exercício.
Chamar a atenção – Quando ouvir este latido, saberá instintivamente o seu significado. Soa a "Ei! Ei! Olha para mim! Estou aqui!". Alguns cães tendem a ladrar e a chorar ao mesmo tempo, quase como no registo de uma criança.
Aborrecimento – O latido de um cão aborrecido soa como que um cão que ladra só para ouvir a sua própria voz. Apesar de ser bastante importuno, é também triste. Os cães aborrecidos ladram muitas vezes para libertar o excesso de energia ou para enganar a solidão.
Em resposta a outros cães – Este é um cenário bastante familiar – um cão ao fundo da rua começa a ladrar e, um por um, todos se juntam a ele numa cacofonia canina.
Uma vez determinada a causa da vocalização excessiva do seu cão, pode estabelecer uma estratégia de coping. A saber:
A melhor forma de prevenir esta situação, em primeiro lugar, é tentar eliminar a suposta raiz do problema;
- Certifique-se que o seu cão faz muito exercício e gasta toda a sua energia em actividades benéficas e produtivas;
- Evite deixar o cão sozinho por períodos muito prolongados;
- Nunca conforte, acarinhe ou alimente um cão quando este está a ladrar para obter atenção ou se encontra ansioso – estaria a recompensá-lo, encorajando o seu comportamento;
- Simplesmente ralhar ou gritar para o cão parar de ladrar não ajuda, na verdade pode causar ainda mais distúrbio.
- Evite castigos como as coleiras de choque. São dolorosas e cruéis.
- Tente chamar a atenção com um assobio ou bater de palmas. Assim que ele se acalmar, recompense-o com uma guloseima.
- Não permita que o seu cão esteja constantemente a ladrar quando sai à rua. É um comportamento inadmissível. Seja consistente, não pode impedir que o cão ladre em casa e depois permitir que ele o faça na rua.
- Introduza os Comandos "Fala" e "Silêncio" na sua rotina de treino e obediência.
- Por último, consulte o seu veterinário ou treinador, quando o comportamento do seu cão não demonstrar uma evolução positiva, apesar de todos os seus esforços.
Nota sobre a Cordectomia
A cordectomia é uma técnica cirurgica que consiste na ablação das cordas vocais com o intuito de desvocalização. Ou seja, remove-se as cordas vocais para que o cão deixe de ladrar. Ora, na opinião deste humilde entusiasta canino, considero tratar-se de uma intervenção completamente desnecessária e mesmo cruel para com os cães. O excesso de vocalização, indicia um transtorno comportamental latente, a cirurgia acaba com o ruído, mas a ansiedade, o medo ou outra condição continuam presentes.
ROER
O acto de roer é um comportamento natural em todos os cães. No entanto, roer pode tornar-se num grave problema comportamental se este acto começar a causar danos.
As causas mais comuns que levam os cães a roer são as seguintes:
- O romper do dentes nos cachorros;
- Aborrecimento/Excesso de Energia;
- Ansiedade;
- Curiosidade (Particularmente os cachorros);
Encoraje o seu cachorro a roer o que lhe é devido providenciando bastantes brinquedos. Mantenha os artigos pessoais fora do alcance do cachorro. Se surpreeender o seu cão a roer o que não deve, corrija o seu comportamento com o comando "Não!", verbalizado de uma forma assertiva e firme. Logo se seguida ofereça-lhe um brinquedo que ele possa efectivamente roer.
ESCAVAR
Havendo oportunidade e ocasião, a maior parte dos cães irá eventualmente escavar no chão – é uma questão de instinto. Algumas raças, como os Terriers, de uma forma genérica, têm uma maior tendência para escavar devido ao seu histórico de caça. A maioria dos cães escava pelas seguintes razões:
Aborrecimento/Excesso de Energia – Muitos cães canalizam a sua frustração para actividades menos próprias. Neste sentido, o acto de escavar ajuda a consumir a energia acumulada ou serve como escape ao aborrecimento.
Instinto de Caça – A maioria dos cães conserva o instinto caçador dos seus antepassados. Se um cão encontra uma toca ou buraco que supostamente abriga um animal, é normal que tente escavar para o alcançar.
Necessidade de Conforto – Muitos cães escavam para fazer uma cama confortável. Se o cão for acometido de uma sensação de extremo calor ou frio, é provável que escave com o intuito de encontrar uma superfície mais fresca ou quente.
Enterrar bens – Os cães enterram comida, brinquedos, presas e, por vezes, as próprias fezes. Este comportamento é puro instinto – os antepassados selvagens dos cães enterravam as presas por forma a permitir o seu acesso em função das suas necessidades. Já no caso das fezes, este comportamento serviria para ocultar indícios da sua presença no local.
Para escapar ou aceder a um local.
Se o seu cão anda a escavar no seu jardim, pode ser bastante frustrante. Tente descortinar a causa e eliminar a fonte. Passe mais tempo com o seu cão, e permita-lhe fazer bastante exercício. Se chegar à conclusão que o acto de escavar é inevitável, delimite uma área, ou construa uma caixa de areia, aonde o cão possa dar largas ao seu instinto.
ANSIEDADE DE SEPARAÇÃO
A ansiedade de separação é uma das perturbações comportamentais caninas mais discutidas e documentadas. Este distúrbio induz o pânico no cão perante a perspectiva de ficar sozinho. A sua manifestação inclui: defecação e micção em locais impróprios, comportamentos destrutivos (escavar, arranhar, morder objectos pessoais, móveis, paredes, portas e janelas), vocalizações excessivas (latidos, uivos e choramingo), depressão, anorexia, adipsia e hiperatividade. Nem todos estes sintomas resultam da ansiedade de separação. Deverão acontecer num determinado contexto:
- O cão manifesta comportamento ansioso assim que o dono se prepara para sair;
- A conduta inicia nos primeiros 15-45 minutos após a saída do dono;
- O dono afigura-se como a figura central do universo canino, o cão segue-o para todo o lado e tenta manter contacto físico constante;
A boa notícia é que existem abordagens específicas que permitem reduzir a ansiedade do cão – é a chamada "dessensibilização sistemática" (systematic desensitization). Consiste num método de ir gradualmente ensinando o cão a ficar sozinho. Aqui ficam algumas directivas:
Mude a Sua Rotina - Os humanos são animais de hábitos, todos os dias seguimos uma rotina sem sequer a questionar – acordar, banho, vestir, vestir o casaco, pegar nas chaves, sair porta fora. Os cães identificam as rotinas e começam a acumular ansiedade desde o primeiro momento. Isto significa que a ansiedade do seu cão não começa quando sai porta fora mas sim quando o seu relógio despertador o acorda pela manhã. O que quer dizer que quando sai, o seu cão já está quase a ter um ataque de pânico.
Para impedir que tal aconteça, mude primeiro o seu próprio comportamento. Faça uma lista das tarefas que compõem a sua rotina e comece a executá-las de uma forma aleatória. Por exemplo, pode pegar nas chaves e sentar-se em frente à televisão, ou vestir o casaco e alimentar o seu companheiro. Desta forma o cão deixará de associar determinadas acções ao acto de se ir embora.
Seja Parcimonioso nas Saudações e nas Despedidas - Muitos de nós detestam deixar os seus companheiros, quase tanto como os nossos companheiros nos detestam ver partir. Isto faz com que as saudações e as despedidas se tornem em momentos plenos de afecto e carinho, quase a roçar a puerilidade. Infelizmente, este facto pode levar a um aumento da ansiedade por parte do nosso cão. O melhor a fazer, será ignorar o cão quando entrar em casa e antes de sair. Desta forma está a desdramatizar as entradas e as saídas de casa.
Nos casos moderados de ansiedade de separação, as medidas acima referidas deverão ser suficientes para minorar a ansiedade no seu cão. Nos casos mais severos, no entanto, será necessário um pouco mais de trabalho.
Processo Sistemático de Dessensibilização - Este processo pode ser demorado, e exige um compromisso sólido por parte do proprietário do cão. Uma vez iniciado, é importante que o seu cão nunca seja deixado sozinho por longos períodos de tempo até que sua ansiedade tenha desaparecido completamente. Pode levar várias semanas, pelo que será aconselhável tirar férias, contratar um pet sitter ou solicitar os serviços de um canil.
Assim que tiver delineado a sua estratégia para se certificar que o seu cão nunca está sozinho, é hora de começar a habituá-lo à sua ausência. Cada sessão não deve durar mais de trinta minutos. Para começar, saia porta fora por um curto período de tempo, consistente com o nível de ansiedade do seu cão. Se for um caso severo de ansiedade, apenas saia e volte a entrar no segundo seguinte. Quando volta a entrar, deve fazê-lo de uma forma calma e descontraída e ignorar o cão. Dê-lhe alguns minutos para se acalmar e volte a sair. Repita estes passos tantas vezes quanto as necessárias para que o cão deixe de apresentar sinais de ansiedade e encare as suas saídas e entradas com indiferença.
Passo seguinte, está na altura de aumentar gradualmente o período de tempo ausente. Durante a mesma sessão de treino deve intercalar períodos diferentes. Por exemplo, se conseguiu, com sucesso, ficar retirado durante cinco minutos, da próxima vez fique apenas 3 minutos ausente. Não vá alem dos cinco minutos se o cão ainda apresentar sinais de ansiedade.
Quando chegar à marca dos 45 minutos, o processo será mais célere, e poderá aumentar os tempos de ausência com maior rapidez.
Se assumir o compromisso de dedicar uma hora diária a este processo, os níveis de ansiedade do seu companheiro deverão diminuir consideravelmente em poucas semanas. Se se comprometeu com este método e, mesmo assim, o seu cão não apresenta sinais visíveis de recuperação, será aconselhável procurar ajuda especializada.
Existe medicação específica para este tipo de distúrbio, o seu médico veterinário pode aconselhá-lo nesse sentido. Pode ainda procurar ajuda de um especialista comportamental.
MICÇÃO E DEFECAÇÃO INCONVENIENTE
A micção e defecação desajustada estão entre os comportamentos caninos mais frustrantes. Para além de haver sempre a possibilidade de danificar áreas dentro de casa, pode impedir a visita a locais públicos e a casas de outras pessoas.
É muito importante que este comportamento seja discutido com o seu veterinário para descartar problemas de saúde. Se nenhuma causa médica for encontrada, tente determinar a razão para o comportamento, que pode ser uma das seguintes:
Submissão/Excitação - A aparente "incontinência urinária" acontece por submissão do animal. Na natureza quando dois cães se encontram, eles tentam determinar qual o nível de dominância de cada um relativamente ao outro. O cão menos dominante, ou mais submisso, por vezes liberta uma pequena quantidade de urina como sinal de reconhecimento da dominância do outro. No fundo é uma demonstração de respeito pelo animal mais dominante. Por vezes os cães usam este método para comunicar com o dono, o que com a repetição pode levar à sistematização deste comportamento indesejável.
A melhor forma de desincentivar este comportamento é ignorá-lo nos primeiros minutos após chegar a casa e só quando ela se acalmar fazer-lhe algumas festas, sem muita excitação. A maior parte dos cães irá abandonar ou diminuir este comportamento, embora alguns animais o mantenham por muito tempo.
Marcação de Território - A marcação de território é um comportamento instintivo nos cães. Ao marcar território a sua intenção é enviar uma mensagem para os outros animais que habitam a região. Essa mensagem pode ter múltiplos significados, podendo ter o objectivo de deixar claro a sua dominância naquele território, de indicar disponibilidade sexual, etc. Ainda que seja uma actividade natural nos cães, existem métodos para fazer com que seu cão pare de marcar território em cima de seus móveis e electrodomésticos novos: a castração e a supervisão.
Ansiedade - A marcação de território também cumpre papel na construção do auto confiança canina. Portanto, caso o seu cão esteja inseguro é possível que ele venha a urinar pela casa.
Educação Negligente – Por incrível que possa parecer, os cães não nascem ensinados. Existem várias técnicas que permitem ensinar os cachorros a serem asseados.
LEITURA RECOMENDADA:
- HOUSEBREAKING - ENSINO DO ASSEIO CANINO
INGESTÃO DE FEZES (COPROFAGIA)
Reconhecida formalmente como coprofagia, a ingestão de fezes é um transtorno mais comum do que se pensa. No caso dos cachorros muito jovens, este comportamento é normal, os cachorros geralmente comem as fezes dos cães mais velhos e dos irmãos de ninhada como forma de explorar o meio ambiente. Este comportamento ocorre mais frequentemente em cachorros confinados, que vivem em ambientes relativamente estéreis e não fazem exercícios suficientes ao ar livre.
Geralmente o cão é punido pelos donos por ter feito as suas necessidades num local impróprio. Esta punição, quase sempre não ocorre no acto, e sim algum tempo depois. Como o animal não foi punido no momento adequado, isso levá-lo-á a defecar cada vez mais na ausência dos donos e, posteriormente ocultar a prova do "crime", ou seja, comer as suas fezes.
Ao descobrirem que o animal come seus excrementos, os donos tentam interrompê-lo, gerando uma competição entre ambos. Assim, o cão ingere as suas fezes para ter a certeza de que seus excrementos não lhe serão retirados. Neste sentido, deve-se ignorar as defecações inoportunas e não colocar o focinho do cão nos seus excrementos como castigo, pois apesar de causar repugnância nas pessoas, obviamente, não tem o mesmo efeito no cão.Além disto, tente não limpar as fezes na presença do animal, pois o acto de se abaixar é muitas vezes entendido como um convite para brincar.
O tratamento mais eficaz, é impedir o acesso às fezes, já que a coprofagia aparece mais frequentemente em locais em que há falta de higiene.
Outra técnica que pode ser tentada é a aversão ao gosto. A aversão ao gosto é útil para eliminar vários comportamentos relacionados com o paladar. Use uma substância de gosto desagradável como a pimenta, vinagre, por exemplo. Deixe o cão cheirar bem a substância e coloque-a imediatamente na boca para que sinta o gosto desagradável. Isto ensina a associar um odor particular a um gosto bastante desagradável. Sempre que as fezes ou outros objectos forem revestidos com a substância desagradável, o cão vai sentir-se inibido na hora de a ingerir, devido à má experiência anterior que o cão teve.
Normalmente o comportamento de ingerir fezes desaparece por volta dos três ou quatro meses de idade.
PEDINCHAR
Pedinchar é um péssimo hábito mas muitos de nós, lamentavelmente, incentivamo-lo. Este comportamento pode conduzir a problemas digestivos e de obesidade. Os cães pedincham porque adoram comida. Sim, eu sei que e difícil resistir àquele olhar intenso e desejoso, mas ceder, ainda que "só desta vez", cria um problema a longo prazo. Num ambiente de matilha, um subordinado nunca pedincharia a um macho alfa, pelo menos sem ser imediatamente repreendido. Quando lhe transmite que pedinchar é permitido, está a comprometer o seu papel como líder de matilha.
Antes de se sentar a comer, dê ao seu cão o comando "Senta", preferencialmente num local em que não tenha acesso visual directo para si. Se ele aceder e se comportar como deve, dê-lhe uma recompensa especial mas só depois de toda a família ter acabado de jantar.
PERSEGUIR
O desejo de um cão para perseguir as coisas em movimento é simplesmente uma demonstração do seu instinto predatório. Muitos cães adoram perseguir outros animais, pessoas e carros. Estas situações podem levar a resultados perigosos, mesmo devastadores. Provavelmente não será capaz de impedir o seu cão de tentar perseguir, mas pode tomar medidas no sentido de o evitar.
- Mantenha sempre a trela no seu cão;
- Ensine-o a regressar a si a pedido;
- Fique atento a elemento que potenciam esta acção;
MORDER
Os cachorros precisam de interagir, mastigar e aliviar o seu desconforto e ansiedade. A Mãe Natureza impele-os a moldar os seus dentes e eles, por sua vez, precisam de algo [ou alguém] para os ajudar nessa tarefa. Além disso, utilizam as suas bocas como um meio de exploração do seu ambiente, mesmo até para reduzir a tensão. Muitos aliviam o aborrecimento dessa forma. Outros anseiam simplesmente por um biscoito.
O grande truque para solucionar qualquer problema de comportamento é, em primeiro lugar, entender o motivo que leva ao comportamento indesejado, pois não adianta tentar impedi-lo sem fornecer alternativas. E como podemos fazer isso?
O primeiro passo é presentear o cachorro com inúmeros brinquedos de diversos tamanhos, texturas, gostos e cheiros. Certifique-se de que há objectos disponíveis em todos os ambientes que o cão frequenta, pois a ansiedade e o desconforto podem aparecer a qualquer instante.
Apesar de tudo, as nossas mãos continuarão a ser o melhor brinquedo disponível. Uma das maneiras práticas e seguras de provocar um desconforto ao cão, aproveitando que ele já está a morder a mão, é apertar a língua dele contra o fundo da boca com o dedo. Esse toque deve ser rápido e só deve acontecer quando o cão morder de facto e nunca como uma maneira preventiva. O apertão deve ser desagradável, mas não deve magoar o animal. Você saberá que o apertão está a provocar desconforto observando a reacção do cachorro. Se o fizer de uma forma correcta, após alguns apertões o cão vai parar de morder a mão. Provavelmente tentará novamente, mas, assim que sentir o apertão de novo, irá parar.
Fora deste contexto, as motivações para morder podem ser sintetizadas da seguinte forma:
- Medo/Defesa;
- Protecção de Propriedade;
- Dor/Doença;
- Afirmação de Dominância;
- Instinto Predador;
Independentemente da sua origem, a tendência para morder deverá ser devidamente neutralizada através de socialização e treino adequado.
AGRESSIVIDADE
Nunca se esqueça que o seu cão não é um membro da sua família - é um animal de estimação e deve ser tratado como tal. A principal causa da agressividade nos cães é a negligência na sua educação. A educação começa no primeiro minuto – É muito importante que se afirme como líder desde o primeiro momento em que adquire o seu cachorro. Quanto mais protela o treino do seu cão, mais difícil será controlá-lo:
Seja firme mas calmo - Faça-o saber que não tolerará o seu mau comportamento e insista até que ele compreenda a mensagem.
Seja o líder – No universo canino, o lar humano onde o seu cachorro está integrado é a sua matilha. Sendo uma estrutura hierarquizada, cabe-lhe a si fazê-lo compreender qual o seu papel. Pequenos gestos diários são importantíssimos na sua afirmação enquanto líder:
- Quando abre uma porta, a prioridade é sempre sua, não permita que o cachorro passe primeiro.
- O cão é um descendente directo dos lobos, para este tipo de espécies gregárias, a alimentação é um privilégio dos mais fortes, primeiro alimenta-se o elemento dominante e só depois os seus subordinados. Primeiro faça as suas refeições e depois alimente o seu cachorro.
Não tente humanizar o seu cão, eles não compreendem raciocínios lógicos, se se sentirem ameaçados ou com medo, muito provavelmente responderão com violência.
Como proprietário do seu cão deve tomar a responsabilidade de ter a atenção à postura do seu animal. Se o cão é agressivo, já mostra sinais de agressão a membros da sua família ou estranhos, deve dar conta deste problema. Ignorar a agressividade do cão ou "esperar que passe", só vai piorar as coisas.