
Nem todo comportamento “maluco” de um cão é sinal de problema. Muitas vezes, é apenas... um cão a ser cão. Mas como distinguir o que é natural do que exige intervenção? Este guia ajuda-te a compreender a linha ténue entre instinto e desajuste.
1. Entender o comportamento canino é meio caminho andado
Cada raça tem características comportamentais próprias. Cães de caça como o Jack Russell adoram perseguir, escavar, latir e explorar. Estes comportamentos são naturais — mas podem tornar-se problemáticos se não forem devidamente orientados.
Natural: escavar no jardim.
Problemático: destruir constantemente o sofá ou as paredes.
2. Cinco exemplos práticos: natural ou problemático?
🔊 Latidos frequentes
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Natural: o cão dá alerta quando ouve barulhos estranhos.
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Problemático: ladra durante horas sem estímulo aparente. Pode indicar ansiedade, tédio ou frustração.
🏃♂️ Correr pela casa como louco (os "zoomies")
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Natural: libertação de energia, comum em cachorros e raças ativas.
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Problemático: se acontecer constantemente, mesmo com exercício, pode revelar excesso de energia acumulada.
🦴 Proteger comida ou brinquedos (posse)
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Natural: comportamento instintivo.
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Problemático: rosnar ou morder ao aproximar-se. Exige treino e, por vezes, ajuda profissional.
🐾 Perseguir gatos, bicicletas, crianças
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Natural: comportamento predatório herdado.
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Problemático: quando se torna obsessivo ou perigoso.
🚪Ansiedade quando ficas fora
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Natural: sentir a tua falta.
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Problemático: destruir portas, uivar, urinar em casa — sinais de ansiedade de separação.
3. Quando um comportamento natural precisa de correção
Mesmo comportamentos naturais podem tornar-se problemáticos quando:
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Atrapalham a vida em família ou vizinhança
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Colocam o cão ou outras pessoas em risco
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São sinais de sofrimento emocional
Nestes casos, não se trata de “reprimir o instinto”, mas de canalizá-lo com treino, enriquecimento ambiental e rotinas saudáveis.
4. O papel do tutor: guiar, não reprimir
O objetivo não é transformar o teu cão num robô obediente, mas sim ajudá-lo a viver os seus instintos de forma equilibrada. Um Jack Russell vai sempre querer escavar, mas podemos ensiná-lo a fazê-lo num sítio apropriado.
Oferece alternativas: brinquedos interativos, passeios frequentes, desafios mentais. O teu cão precisa de estímulo — e tu és o maior responsável por isso.
Conclusão
Compreender o que é natural e o que é problemático ajuda-te a construir uma relação mais harmoniosa com o teu cão. E lembra-te: por trás de cada comportamento há sempre uma razão — cabe-nos a nós escutá-la, com paciência e conhecimento.

